A economia do setor tornou a aquecer e o mundo todo está tomando mais café, mesmo com a maior parte dos países do mundo ainda em crise por conta da pandemia
A Organização Internacional do Café lançou, no último mês de março, um relatório que traz dados animadores sobre o mercado do grão. Segundo o estudo, o consumo da bebida em todo o mundo ultrapassou os 166 milhões de sacas previstas para o período 2020-2021.
Cada saca tem 60 quilos e, levando isso em consideração, podemos ter uma noção da quantidade de café que o mundo consumiu no período: 1,3% a mais que no ano anterior. Isso quer dizer que, apesar da crise global causada pela pandemia, pessoas no mundo todo continuam em busca do melhor café.
Os números do relatório também detalham quanto desse consumo vem dos países que exportam ou importam o produto. A expectativa para os países que compram o produto é que eles cheguem a beber o equivalente a 115,96 milhões de sacas de café.
Já os países que vendem o produto devem consumir o equivalente a 50,66 milhões de sacas internamente. É o caso do Brasil, que é o maior produtor mundial do grão, responsável por pelo menos um terço dos grãos vendidos em todo o mundo — título que o nosso país mantém há décadas.
O Brasil é membro da Organização que lançou o relatório, junto com outros 75 países produtores e consumidores de café. O ano-cafeeiro analisado corresponde ao período de outubro a setembro.
Todo mundo está bebendo mais café, mesmo em casa
A pesquisa divulgada pela Organização Internacional do Café é uma das mais detalhadas sobre o assunto, especialmente porque também faz um panorama sobre o consumo em todos os países. A conclusão do último relatório foi, basicamente, a de que todo mundo está tomando mais café.
Mesmo em um contexto em que a maioria dos eventos presenciais, que sempre tiveram espaço para um cafezinho, foram suspensos, a bebida não deixou de ser consumida. Isso significa que o consumo de café em casa aumentou. Muita gente ainda está em trabalho remoto, mas bebendo café. No mundo todo.
Os países europeus foram os que mais consumiram café durante o período da análise, com 54,35 milhões de sacas, um aumento de 1,2% em relação ao período anterior. Lembrando que os famosos cafés da região ficaram fechados ou operando com capacidade reduzida durante boa parte desse tempo.
A Ásia e a Oceania, juntas, consumiram 36,50 milhões de sacas, um aumento de 1,4%. Já a América do Norte comprou 30,99 milhões de sacas, enquanto a América do Sul foi a responsável por comprar 27,18 milhões de sacas.
Já o continente africano comprou 12,24 milhões de sacas, enquanto México e América Central registraram o consumo de 5,64 milhões de sacas. Ou seja, todos os continentes beberam mais café, o que é um indício de que, aconteça o que acontecer, o cafezinho é sagrado.
Preço também aumentou, mas pode cair
Por conta do crescimento no consumo, o preço das sacas de café também aumentou ligeiramente até o mês de março, quando a pesquisa foi divulgada. No fim desse período, no entanto, os preços registraram uma pequena queda, o que significa que o mercado precisa ficar atento para a volatilidade dos preços.
Por aqui, apesar de sermos os maiores produtores do mundo, o preço do café que compramos, tanto no supermercado quando diretamente do produtor, também acompanha as variações do mercado internacional. Por isso, o consumidor precisa ficar atento ao que acontece na economia mundial, que impacta no seu bolso.
Fonte: Redação