Clássico da moda mundial volta com tudo no inverno de 2021; conheça sua his[1] [2] tória
Há quem diga que a moda é cíclica, cheia de tendências que vêm, vão e voltam a cada estação. Há os que, por outro lado, enxergam um avanço contemporâneo cada vez que um elemento vintage é resgatado como tendência atual.
O que todos concordam, entretanto, é que algumas peças, mais que tendências, são verdadeiros clássicos, e é esse o caso do xadrez pied-de-poule. O padrão é uma das maiores apostas do inverno de 2021 e já está sendo visto nas ruas e passarelas de todo o mundo em diversas peças, do blazer charmoso à bolsa feminina estilosa.
Também conhecida como houndstooth, ou dente de cão, o pied-de-poule, pé de galinha em francês, é uma estampa extremamente fácil de ser incorporada em looks femininos. Isso porque sua padronagem, geralmente em preto e branco, aparece especialmente em peças de sobreposição, como casacos, ou em acessórios e bolsas, em cores neutras que combinam com quase qualquer coisa.
Além disso, a tendência diferenciada do pied-de-poule se tornou uma opção elegante para quem quer fugir da vibe rural que algumas peças do xadrez clássico acabam trazendo para o look.
Uma estampa com muita história
Apesar da vibe vintage chique do pied-de-poule, e do nome que nos engana, a estampa não tem origem francesa. Seu surgimento, na verdade, é dado como incerto, mas a teoria mais aceita é de que ela tenha aparecido ainda nos anos 1880 na Escócia, sendo usada especialmente por pastores de ovelhas.
Acontece que, naquela região na época, a estamparia determinava a que grupo parental se pertencia, sendo estes chamados clãs. Um conflito comum era o do uso errôneo de uma estampa pertencente a um dado clã por alguém que não fosse membro do grupo.
Segundo relatos, a situação era motivo de briga e até morte. O pied-de-poule surge, assim, como uma estampa neutra, podendo então ser usada por qualquer pastor.
Da Escócia para o mundo, esse tipo de xadrez especial se tornou sinônimo de elegância, especialmente na Europa. Com a particularidade de que apenas roupas masculinas e alfaiataria eram confeccionadas com a estampa até os anos 1920.
Foi somente a partir desta década que a estilista Coco Chanel, pioneira em desafiar padrões de gênero na história da moda ocidental, utilizou o pied-de-poule em uma coleção com diversos terninhos utilizando a estampa.
Depois disso, em 1934, Edward VIII, então Príncipe de Gales, apareceu na revista Vogue com um terno em uma padronagem ligeiramente diferente da estampa original e, a partir daí, a estampa começou a ser utilizada fora do universo do vestuário.
Além da roupa
Como dissemos no início, o pied-de-poule é facilmente encontrado em acessórios como bolsas, cintos, carteiras e até em brincos. A primeira vez em que se tem notícia da estampa sendo utilizada para além da roupa foi em 1947, quando Christian Dior lançou o perfume Miss Dior e utilizou o padrão tanto na caixa da fragrância quanto nos detalhes do frasco.
Até então, o pied-de-poule era construído com a variação das tramas utilizadas no tecido que dava origem às peças que recebiam a padronagem. Com esse gesto, porém, a Dior mostrou a possibilidade da tendência se tornar, mais que um tecido, uma estampa.
Após esse processo, mesmo a decoração começou a se apropriar do estilo. Poltronas e mantas são até hoje, mas desde então, também facilmente encontradas com a aplicação.
Em algumas situações, mais raras mas igualmente elegantes, o pied-de-poule pode mesmo aparecer em azulejos da cozinha e do banheiro ou em carpetes de ambientes sociais, como salas de reunião, espera, e até mesmo de estar. Mesmo pequenos objetos de decoração, como abajures, mesas de centro e escrivaninhas, já ganharam versões com a estampa.
Na moda, na decoração ou diretamente na arquitetura, o pied-de-poule trará sempre um ar sóbrio, contido, mas extremamente elegante e com muita personalidade.
Fonte: Redação
