As reações adversas decorrentes de picada de insetos podem ser por 2 tipos:
- Por insetos sugadores ou hematófagos (mosquitos, pernilongos, borrachudos, mutucas e pulgas) que provocam reações locais e geralmente auto-limitadas
- Por insetos que injetam veneno (vespas, abelhas e formigas), os quais podem provocar reações graves como anafilaxia.
Os insetos sugadores provocam reações em qualquer faixa etária, mas suas primeiras manifestações incidem entre quatro meses a oito anos de idade. É mais comum o aparecimento de reações em crianças entre dois a sete anos de idade.
O maior número de casos no Brasil acontece no verão, já que os insetos aparecem em maior quantidade em regiões quentes e úmidas. Esses insetos são atraídos ou repelidos pelo odor da pele. A reação dos insetos é conhecida como estrófulo ou prurigo estrófulo ou urticária infantil ou urticária papular. A incidência varia entre 8,4% a 9,0% da população.
O diagnóstico é clínico e as lesões apresentam um aspecto característico. Inicialmente estas lesões tem 3 a 10 milimetros formando uma circunferência com uma saliência avermelhada, com um ponto central hemorrágico (avermelhado) em número de cinco ou seis, posteriormente é substituído por uma bolha pequena de conteúdo líquido. Esta gota se rompe espontaneamente ou pela coçadura e forma uma crosta. Essa evolução é de oito dias.
Às vezes acontece uma infecção secundária no local. Esta infecção pode vir da coçadura da lesão ou das fezes do inseto, que quando sugam podem também evacuar. Após a queda da crosta, podem aparecer manchas no local (mais claras ou mais escuras). Uma única picada pode originar múltiplas lesões por disseminação sanguínea dos agentes inflamatórios.
O estrófulo localiza-se especialmente em braços, pernas, cintura, abdômen, região glútea e dorso. É menos comum em face e órgãos genitais. Não são encontrados em regiões axilares. As lesões provocadas pela picada de inseto causam muita coceira, mais a noite. O estrófulo tende a desaparecer com a idade, mas pode se manter por três ou quatro anos seguidos.
As reações a picadas de insetos envolvem mecanismos imunológicos e não imunológicos, com participação de um anticorpo chamado IgE (imunoglobulina E) nas reações imediatas e um anticorpo chamado IgG (imunoglobulina G) nas reações semitardias e tardias. A liberação de mediadores explica a coceira e o inchaço na reação imediata e a atração de células inflamatórias justifica a formação de uma reação tardia.
Os surtos de picada de inseto surgem com frequência após um final de semana na praia ou passeio no campo ou visita à casa de parentes com cachorros ou gatos (presença de pulgas).
Como prevenir
Podem ser estabelecidas medidas preventivas em relação aos insetos e ao indivíduo. Em relação aos insetos é interessante eliminar depósitos de água parada, onde são depositados ovos de insetos, na casa e nas suas proximidades. Deve-se usar inseticidas nos ralos para proteger os ambientes, empregar inseticidas e repelentes de insetos nas residências, calafetar o assoalho e dedetizar a casa. Colocar telas nas janelas e cortinados nos quartos é recomendável. Deve-se afastar os cães e gatos e se não for possível, mantê-los limpos e livres de pulgas.
Podem ser estabelecidas medidas preventivas em relação aos insetos e ao indivíduo. Em relação aos insetos é interessante eliminar depósitos de água parada, onde são depositados ovos de insetos, na casa e nas suas proximidades. Deve-se usar inseticidas nos ralos para proteger os ambientes, empregar inseticidas e repelentes de insetos nas residências, calafetar o assoalho e dedetizar a casa. Colocar telas nas janelas e cortinados nos quartos é recomendável. Deve-se afastar os cães e gatos e se não for possível, mantê-los limpos e livres de pulgas.
Em relação aos indivíduos, pode-se usar roupas protetoras, repelentes de insetos. Fala-se em tomar vitamina B1 que elimina pela pele um odor repelente, porém essa medida é questionável. Deve-se manter as unhas curtas e aparadas para evitar infeção secundária.
Tratamento das crises de picada de inseto
O tratamento sugerido para as crises é a associação de anti-histamínicos orais e corticosteroides tópicos. Não é indicada a automedicação, pois existem pomadas de anti-histamínicos, por exemplo, que podem ser fotossensibilizantes, ou seja, quando a pessoa sai em ambiente ensolarado pode provocar queimaduras. Essa informação somente o especialista pode fornecer. Não é incomum o paciente comprar pomadas com associação de corticosteroides e outras substâncias que não tem nada a ver com picada de inseto, e portanto pode piorar a lesão. A orientação, portanto, é procurar um médico especialista que possa indicar o melhor tratamento. Em caso de lesão com infeção secundária, é necessário antibiótico via oral. Em raríssimos casos a lesão pode complicar-se muito formando o que chamamos de celulite, necessitando de internação e antibiótico injetável.
Tratamento preventivo
Normalmente acontece uma hipossensibilização natural, ou seja, o indivíduo vai ficando menos alérgico após um número variável de anos. A imunoterapia específica (vacinas antialérgicas) pode ser usada buscando acelerar as etapas sucessivas do estrófulo, diminuindo o tempo da doença e prevenindo o aparecimento de cicatrizes. Existe uma outra opção que é utilizar anti-histamínicos via oral não sedantes (que não causam sono) nos meses de verão. A cura natural acontece em 47,1% dos pacientes, a infeção secundária acontece em 52,9% dos pacientes que não fazem imunoterapia e entre 8,8% a 10,0% daqueles que fazem imunoterapia.
Escrito por Rosane Bleivas Bergwerk
Alergia e Imunologia – CRM 69705/SP
Fonte: https://www.minhavida.com.br/