Tecnologia fornece bases para transações seguras e permanentes entre criptomoedas.
Por trás de praticamente toda criptomoeda existe uma tecnologia responsável pela validação de suas transações. Esta tecnologia recebeu o nome de blockchain, que significa “cadeia de blocos” em tradução livre. De certa forma, é uma das camadas que faz parte da negociação de criptomoedas.
Depois que o Bitcoin (BTC) veio ao mundo, a tecnologia blockchain passou a ganhar os holofotes no mercado financeiro. De fato, muitas empresas e até governos passaram a enxergar a tecnologia de forma mais positiva. Por isso, ao longo deste artigo, entenda mais sobre o que a blockchain.
Blockchain: o que é e suas origens
Em primeiro lugar, a maioria das criptomoedas tem suas transações registradas em conjuntos de blocos. Estes, por sua vez, são validados em uma sequência específica e em ordem crescente. Esta sequência, ou cadeia de blocos, recebe o nome de blockchain.
A primeira blockchain a operar de forma totalmente funcional foi a do bitcoin, moeda lançada em 31 de outubro de 2008. No entanto, o termo blockchain curiosamente não aparece nenhuma vez no white paper escrito por Satoshi Nakamoto.
O termo blockchain surgiu em 9 de novembro de 2008, em uma mensagem da famosa lista de e-mails do grupo Cypherpunks. O termo foi criado por Hal Finney, pessoa que recebeu a primeira transação de BTC na história.
Como funciona a blockchain
A blockchain funciona mais ou menos como um livro-razão, ferramenta muito utilizada em empresas e cartórios. Nesse sentido, a cadeia armazena todo o histórico de transações realizadas desde o lançamento de uma criptomoeda.
Livros-razão registram todas as transações que ocorrem em uma empresa ou cartório, por exemplo. A blockchain, por sua vez,registra todas as transações que ocorrem com uma determinada criptomoeda. Além da transação em si, a blockchain também dá conta de uma série de dados:
- Quantidade de criptomoedas transacionadas;
- endereços que enviaram e receberam a transação, respectivamente;
- data e hora em que a transação foi realizada;
- número do bloco onde a transação foi registrada;
- número de hash do bloco (hash é um código que confirma a autenticidade de cada transação e, consequentemente, do bloco como um todo).
A blockchain do BTC, por exemplo, já acumula mais de 700 mil blocos desde seu lançamento, em 3 de janeiro de 2009. Qualquer pessoa com acesso à internet consegue verificar e confirmar a existência de cada transação, independentemente de quando tenha ocorrido.
Transparência com privacidade
Hoje em dia, muitas reportagens afirmam que o BTC, por não ser associado a uma identidade, facilita a prática de crimes. De fato, as transações na blockchain não são associadas a nomes ou identidades, mas a números. Porém, o BTC está longe de ser uma ferramenta útil para cometer crimes.
A blockchain é uma ferramenta pública e auditável de forma gratuita. Qualquer pessoa pode acessar a rede e verificar todos os dados da transação. Os endereços que a realizaram são públicos, bem como os valores e a data em que ocorreu a operação.
Essas transações também não podem ser modificadas por nenhum dos participantes da rede. Ou seja: um dado registrado com o uso da blockchain é praticamente impossível de ser adulterado ou fraudado.
Essa verificação pode ser realizada através de sites que exploram os blocos e as transações de criptomoedas. Os principais sites do tipo são o Blockchain.com, BlockCypher e Cypher Trace. Os dois primeiros são gratuitos, enquanto o segundo é uma ferramenta paga voltada para empresas.
Segurança e utilização da blockchain
Desde que a blockchain (particularmente a do BTC) surgiu, houve diversas tentativas de realizar ataques contra a rede. Entretanto, nenhuma delas obteve sucesso. A blockchain segue em atividade 24 horas, 7 dias por semana, sem qualquer tipo de problema ou contratempo ao longo dos últimos 12 anos.
Um dos motivos é a forte centralização da rede. Hoje existem mais de 11 mil computadores rodando a blockchain do Bitcoin, de acordo com o site Bitnodes. Esses computadores não são conectados entre si, de modo que caso um deles seja derrubado, a rede pode continuar funcionando sem ser afetada.
No entanto, outras redes menos descentralizadas correm riscos de sofrer ataques que violem a segurança de sua blockchain. Quanto mais descentralizada uma cadeia for, maior será sua proteção contra esses ataques.
Hoje, a blockchain é vista como uma ferramenta que pode ir além do uso para confirmar transações financeiras. Como não pode ser fraudada, é possível utilizá-la para criar assinaturas digitais e tornar os processos de contratos rápidos e seguros. A blockchain também é usada como ferramenta para registros de propriedade, operações financeiras, registro de direitos autorais e de votos em eleições.
Fonte: Redação