Os parlamentares que fazem parte da Comissão Mista de Orçamento estão em conversações com o Governo Federal para fechar acordos e captar mais recursos para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Recentemente, o montante destinado para a pasta chefiada pelo ministro Marcos Pontes foi cortado em 92%, passando de R$ 690 milhões para apenas R$ 50 milhões. A comissão quer mais R$ 168 milhões para o pagamento de bolsas de estudo de sessenta mil pesquisadores. O atual valor paga somente as bolsas já atrasadas. “Isso não foi uma conversa de bêbado para motorista. De jeito nenhum. Esses acordos são compromissos que seguem adiante como pauta prioritária para nossas ações”, ressalta a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES). O corte foi feito a pedido do Ministério da Economia e acatado pelo Congresso Nacional. Em nota, o ministério comandado por Paulo Guedes disse, inicialmente, que os recursos seriam realocados para outras pastas, como a da Saúde. A equipe da Rede de Notícias Regional Brasília conversou com o vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), e segundo ele, o dinheiro destinado para ciência e tecnologia é o menor desde 2006 e se não houver mais investimentos, os pesquisadores terão as bolsas cortadas. “Cada um real que se investe em tecnologia tem de volta 12 reais, é um para doze. O país precisa estar na ponta, o Brasil está muito análogo, não tem mão-de-obra capacitada. Nós temos mais de 600 mil vagas no setor de tecnologia e não tem mão-de-obra qualificada”, comenta o parlamentar. De acordo com o senador Izalci Lucas, nas conversas com o Governo Federal houve falta de comunicação entre o Ministério da Economia e a pasta da Ciência e Tecnologia. E acrescentou que o governo percebeu que houve um equívoco no corte e que, além dos R$ 168 milhões cobrados pela comissão, o orçamento que foi cortado deve ser revisto. Segundo o senador, o governo se comprometeu a repor cerca de R$ 640 milhões que foram cortados da pasta da Ciência e Tecnologia. Os membros da Comissão Mista de Orçamento devem se reunir com representantes da Casa Civil para definir como será a reposição. “Percebeu que foi um equívoco e que os editais estão prontos. Mais de 100 milhões de reais são para bolsa de estudos dos pesquisadores, mais de 280 milhões são para Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e tem os editais de demanda universal, mais de 200 milhões de reais. Então, esse valor é importantíssimo”, diz Izalci. Além deste montante, a comissão aprovou o projeto de lei que abre crédito suplementar de quase R$ 3 bilhões para financiar projetos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e do Centro-Oeste. O texto deve ser analisado tanto pelo Senado quanto pela Câmara dos Deputados.
Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional /Brasília
Foto: senador Izalci Lucas
Crédito da foto: RNR/Brasília
