Enquete da empresa Takasago apontou que houve busca maior por conforto e sentimentos de nostalgia durante pico da pandemia
De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), só em 2020 o Brasil produziu mais de 165 mil toneladas de morango, e o estado que mais produz a fruta é Minas Gerais, que desse montante produziu 84 mil toneladas.
Neste ano, um estudo realizado pela empresa Takasago – empresa fundada no Japão e um dos cinco maiores negócios de aromas e fragrâncias no mundo, com operação em mais de 20 países, incluindo o Brasil – constatou que, para os brasileiros, o sabor “morango” é o que mais possui uma ligação com a sensação de nostalgia da infância, e por esse motivo foi uma das mais procuradas durante o pico da pandemia.
Nessa pesquisa qualitativa foram ouvidas 109 pessoas, entre homens e mulheres, de 18 a 55 anos. As conversas foram feitas de maneira digital, com uma interação entre os consumidores e os mediadores, e os participantes podiam votar nas opções dos outros, rankeando os gostos por popularidade. O sabor morango foi o vencedor, sendo lembrado por 71% dos entrevistados, seguido pela manga (69%) e pela uva (68%).
O resultado pode ter sido influenciado pelo isolamento social imposto pela pandemia: houve um aumento expressivo na procura por conforto, incluindo na alimentação, o que ficou conhecido como “comfort food” (comida de conforto), para aliviar a ansiedade e as incertezas do momento.
Esses dados podem ser usados pelas empresas como uma oportunidade para adotar uma linguagem e produtos ligados aos “sabores da memória” e se conectar com seus clientes.
Essa sensação de alívio, através da alimentação, é alcançada por meio de produtos que resgatam memórias e fazem associações com momentos positivos. Por essa razão, pela memória afetiva com o sabor morango, é bom que essa seja a substância utilizada para melhorar o sabor de produtos industrializados que não são tão agradáveis – suplementos como creatina mono-hidratada e remédios são alguns exemplos em que isso pode ser aplicado.
Segundo estudos da Universidade de Southampton, na Inglaterra, a nostalgia pode aumentar a vitalidade e preparar emocionalmente as pessoas para lidarem com o presente, porque, durante momentos de nostalgia, nós podemos experimentar um sentimento de “autocontinuidade”.
Além das frutas, também foram levantados os principais doces que relembram a infância dos participantes: o chocolate ganhou, com 69%, seguido pelo brigadeiro de panela e pelo bolo de cenoura, ambos com 68%.