Soneca após o almoço: conheça a história da sesta

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Hábito é tradicional em países europeus; saiba mais sobre sua história

Cada vez mais a comunidade científica reconhece a importância do descanso. Sejam as oito horas de sono diárias, sejam outros momentos de lazer, de ócio e descontração, ter momentos para desacelerar é fundamental para a saúde, para o bem-estar e até mesmo para a produtividade.

Embora não seja comum no Brasil, a sesta — nome espanhol dado para o cochilo pós-almoço — tem um longo histórico de aderência em outros países, principalmente os europeus de clima mais quente. O hábito permite o descanso e a digestão e, nesses lugares, é tão comum que molda, inclusive, dinâmicas sociais como emprego e escola.

O descanso costuma durar entre 30 a 90 minutos, de acordo com a preferência da pessoa, do cansaço do dia e da flexibilidade que o emprego oferece. Além disso, há quem opte por fazer a sesta na cama do quarto, como se dorme à noite, e quem prefira realizá-la em outros espaços, como em uma rede na varanda ou uma poltrona reclinável na sala ou em um ambiente de descanso do trabalho.

Nos últimos anos, com o avanço da ciência e a comprovação dos benefícios de descansar durante a tarde, outras culturas vêm aderindo à prática, e ela se mantém forte nos locais em que já esteve sempre presente.

História do hábito

Apesar de ser tratada como uma questão cultural, a sesta é a resposta a uma reação do corpo. Após uma refeição completa, o corpo se prepara para fazer a digestão do que foi ingerido, o que demanda do organismo bastante energia e foco. O fluxo sanguíneo se direciona à região gastrointestinal e, com isso, reduz-se a atividade cerebral, causando sonolência. 

Estima-se que a sesta surgiu durante o período romano. Nele, a população costumava dividir o período de luz solar em 12 horas e utilizar a sexta hora para o descanso. Daí a “sesta”, que vem da palavra “sexta”, do latim. Nas regiões da Europa onde o hábito é forte, a sexta hora varia entre as 13h00, durante o inverno, e as 15h00, durante o inverno.

A tradição se fortaleceu ao longo dos séculos. Na Espanha, país onde o hábito é mais tradicional, a jornada de trabalho dividiu-se durante muito tempo em duas etapas: de 09h às 14h, com duas horas de intervalo para almoço e a sesta, e de 16h às 20h.

De 1936 a 1939, anos em que ocorreu a Guerra Civil Espanhola, esses turnos de trabalho normalmente aconteciam em ofícios diferentes. A pausa se consolidou como um descanso fundamental para que o trabalhador pudesse se recuperar de um emprego e tivesse disposição para a segunda jornada em outro trabalho.

A partir da década de 1950, com a popularização das jornadas de trabalho de oito horas em um único emprego, essa pausa se manteve como forma de recuperar as energias para a produtividade durante o segundo turno do trabalho.

Embora a Espanha seja o país mais lembrado quando se fala na sesta, há diversos outros países que mantém a prática há muito tempo, tanto na Europa quanto em outros continentes. Entre eles estão outros países europeus, como Portugal e Itália; alguns latinoamericanos, como Uruguai, Argentina e Chile; asiáticos, como Filipinas, China, Vietnã, Índia; e africanos, como Egito e Marrocos.

A opção pelo descanso vespertino também ocorre em outros continentes tanto pelo forte calor nas regiões durante o início da tarde quanto pela influência espanhola, decorrente da colonização que ocorreu a partir do século XV.

Atualmente, a sesta é um traço cultural desses países, moldando inclusive as atividades sociais e econômicas. É comum que o horário de funcionamento do comércio e de outros estabelecimentos inclua um longo intervalo para o almoço e a sesta. Escolas, empresas e outras instituições também aderem ao horário para descanso.

Fonte: Redação

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