Muitos animais são adotados e abandonados durante os meses de férias por falta de responsabilidade e comprometimento dos tutores. Deixar o animal sozinho por semanas com água e ração não é uma opção
Todo fim de ano o número de cães abandonados aumenta. O motivo? Muitas famílias saem de férias e não incluem seus pets nos planos. Então, será que adotar um cão nessa época do ano é a melhor opção?
Deixar o pet sozinho por semanas, mesmo com comida e água, configura abandono. Assim como abandoná-lo em uma estrada ou qualquer outro local.
Dezembro verde é o mês de campanha e conscientização para evitar que mais tutores abandonem seus cães.
Quem deseja ter um companheiro nas férias e tem viagem planejada, deve avaliar principalmente a disponibilidade para adaptar o totó à rotina da casa.
É incabível tirar o cão de um abrigo, fazer as malas e deixá-lo para trás. Todo cachorro precisa de adaptação, rotina e familiarização.
Afinal, pode ou não pode adotar um cão nas férias?
Se houver responsabilidade, pode! Mas caso não seja viável levá-lo junto, não deixe o animal sozinho. Há creches, pet sitter ou mesmo a ajuda de amigos e familiares.
Em uma conversa com o Totós da Teté, a adestradora de cães Camila Hermes, fez um alerta sobre as tarefas de um tutor após a adoção versus férias.
“Os cães têm necessidades básicas que precisam ser supridas diariamente. Para quem gosta de viajar bastante, muitas vezes, é uma rotina difícil de sustentar”, alertou.
A chegada de um cão exige cuidados especiais durante a fase de adaptação. É necessário que o tutor imponha limites nas primeiras semanas e não mude a rotina com frequência.
Se o pet não tiver ninguém que o ensine onde deve fazer xixi, por exemplo, não aprenderá sozinho. Assim, ao voltar de viagem, o tutor terá problemas com o comportamento do animal.
“Se você viaja muito e mesmo assim quer ter um cão, é importante ter uma boa rede de apoio para quando não puder levar seu cão junto. Cães são muito ligados à rotina, não lidam bem com mudanças.
Se isso vai fazer parte da sua vida, seu cão vai precisar de treinamento para aguentar o tranco de tantas mudanças” disse a adestradora.
Planejamento
Independentemente se a viagem for curta ou longa, é preciso se programar para evitar transtornos.
Seja de carro ou avião, é necessário um check-up completo e todas as vacinas em dia. Contudo, se a viagem for de avião, também é obrigatório verificar as exigências da companhia aérea.
Além disso, considerar a idade e personalidade do animal é muito importante. No caso de cães idosos ou ansiosos, por exemplo, uma viagem longa pode ser bastante estressante.
Dicas para uma viagem mais tranquila
A adestradora Camila Hermes, mostrou em sua rede social a importância de adaptar o cão ao veículo antes da viagem.
Segundo ela, se a viagem for de carro, o primeiro passo é escolher se o cão irá de cinto, na caixa de transporte ou na cadeirinha.
“Se o levar na cadeirinha, por exemplo, coloque o objeto dentro de casa. A partir disso, conseguiremos valorizar bem esse espaço.
Deixe a cadeirinha disponível e faça treinos para o cão entrar e sair. Dê objetos para ele roer e o recompense sempre que ele for ali por conta própria.
Assim, quando o objeto estiver no carro, ele se sentirá muito mais seguro. Isso facilitará bastante. Também faça treinos com o carro parado e o recompense por entrar e sair, ou por ficar ali.
A ideia é criar uma associação positiva com o carro. Comece a andar pequenos percursos e o recompense quando estiver tranquilo. Aumente o tempo do passeio gradualmente caso ele esteja confortável. Se estiver difícil, volte alguns passos.
Adaptação é importante
Não adaptar o cão pode resultar em uma viagem difícil. Por isso, analise se esse é um bom momento para a família.
“Se você fizer o básico bem feito (treinos combinados + treinos de caixa de transporte + treinos de independência) é super possível ter um cão com uma rotina de viagem.
Mas lembre-se: ter um animal é uma grande responsabilidade. Então, dedique-se a oferecer uma vida legal para ele, independente do estilo de vida que você tiver”, conclui Camila.
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