Descarte correto de resíduos sólidos reduz a emissão de CO2

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O Relatório de Status Global de 2022 para Edifícios e Construção, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, aponta que as emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor bateram o recorde de 10 bilhões de toneladas em 2021, 5% maior que no ano anterior. Atualmente as construtoras estão se alinhando com a questão de projetos para causar menor impacto ambiental.

Segundo a Resolução CONAMA nº 01/1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

“O descarte incorreto de materiais de construção pode causar problemas como afetar redes de água fluviais, provocando enchentes e, em casos mais graves, poluir o solo e as águas subterrâneas”, pontua Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

A Abrecon apontou numa pesquisa que foram reciclados cerca de 16% dos resíduos gerados pela construção civil em 2019/2020. Esse material é chamado de agregado reciclado e sua produção anual gira entre 16 milhões e 21 milhões de toneladas no Brasil. 

Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, salienta que a gestão adequada dos resíduos sólidos é dever das empresas. Além de colaborar com o ambiente, direta ou indiretamente, também cria oportunidades relacionadas à reciclagem e reaproveitamento dos recursos, colaborando positivamente para toda uma cadeia de extração, produção e descarte.

O Censo de 2022 do IBGE revelou que 18,4 milhões de brasileiros residem em áreas sem serviços de coleta de resíduos sólidos, tendo de queimar o lixo no imóvel, despejá-lo em terrenos baldios e locais públicos, enterrá-lo em sua propriedade ou, ainda, jogar nos corpos hídricos. 

A destinação inadequada dos resíduos sólidos é um problema em todas as regiões do Brasil e traz consequências para o meio ambiente e para a saúde pública. Entre as doenças transmitidas pelo acúmulo de lixo estão leptospirose, dengue, febre amarela, malária, giardíase.

Atualmente, o Brasil produz cerca de 77 milhões de toneladas de lixo por ano, das quais 33,3 milhões são despejadas inadequadamente no meio ambiente. São cerca de 3 mil lixões em atividade contra apenas 687 aterros sanitários, instalados em todos os estados brasileiros. Cerca de 60% de todo o resíduo gerado no país é destinado aos aterros. Os dados são do último Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).

“Para superar este cenário, é necessário investir em políticas de tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos, como os aterros sanitários, instrumentos de inegável utilidade pública”, alerta Pedro Maranhão, presidente da Abrema.

“As obras para a construção de aterros requerem grandes áreas livres para instalação, espaços que já não existem nas grandes cidades do país. Por este motivo, cerca de 80% dos aterros sanitários legalizados estão em contato com APPs”, relata Vininha F. Carvalho.

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