A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Michelle Bowman disse, nesta terça-feira, 20, que é necessário ser paciente no processo de relaxamento monetário para se evitar minar o progresso contínuo na redução da inflação. Segundo ela, não se deve reagir exageradamente a qualquer ponto de dados. “Em vez disso, devemos ver os dados em sua totalidade”, pontuou.
Bowman afirmou que o aumento na taxa de desemprego este ano reflete em grande parte contratações mais fracas, enquanto as demissões permanecem baixas.
“Também é provável que alguns fatores temporários tenham contribuído para o fraco relatório de emprego de julho. O aumento na taxa de desemprego em julho foi em grande parte explicado por trabalhadores que estão passando por uma demissão temporária e têm mais probabilidade de serem recontratados nos próximos meses”, disse ela.
Em pronunciamento para um evento da Associação de Banqueiros do Alasca, a dirigente afirmou que continua vendo a inflação relativamente elevada. “E com alguns riscos de alta para a inflação, ainda vejo a necessidade de prestar muita atenção ao lado da estabilidade de preços de nosso mandato enquanto observo os riscos de um enfraquecimento significativo no mercado de trabalho”, disse.
Riscos ascendentes à inflação nos EUA
A diretora do Federal Reserve afirmou ainda que a inflação ainda está desconfortavelmente acima da meta de 2% do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), ainda que tenha ocorrido um progresso na redução das pressões desde abril na economia norte-americana.
Em pronunciamento para um evento da Associação de Banqueiros do Alasca, a dirigente afirmou que a perspectiva básica é que a inflação cairá ainda mais com a postura atual da política monetária.
“Se os dados recebidos continuarem a mostrar que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%, será apropriado reduzir gradualmente a taxa dos Fed Funds para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva à atividade econômica e ao emprego”, afirmou Bowman.
Por Andre Marinho e Patricia Lara, especial para a AE