Pesquisa indica arrefecimento no mercado imobiliário e percepção de supervalorização
A intenção de compra de imóveis no Brasil registrou queda no segundo trimestre de 2024, segundo o Raio-X Fipezap, divulgado nesta terça-feira (20). Apenas 35% dos participantes da pesquisa expressaram desejo de adquirir um imóvel nos próximos 12 meses, abaixo dos 40% registrados no primeiro trimestre. Este é o menor patamar desde o início da pandemia, quando o índice caiu para 36% no primeiro trimestre de 2020, refletindo um possível arrefecimento no mercado imobiliário.
Além da queda na intenção de compra, a pesquisa também revelou um aumento significativo na percepção de que os preços dos imóveis estão elevados. No segundo trimestre, 79% dos entrevistados consideraram os preços “altos ou muito altos”, uma alta em relação aos 68% do trimestre anterior e o maior índice em quase uma década. Esse cenário pode indicar uma preocupação crescente com a supervalorização dos imóveis, o que pode influenciar a decisão de compra nos próximos meses.
A pesquisa, realizada entre 10 de julho e 5 de agosto de 2024, contou com a participação de 646 usuários dos portais Zap e Viva Real. Entre os respondentes, 62% são homens, 82% têm mais de 41 anos e 57% possuem renda domiciliar mensal de até R$ 10 mil. No grupo que manifestou intenção de compra, 86% têm como objetivo a moradia própria, enquanto 14% visam o investimento. Em relação ao tipo de imóvel, 46% preferem usados, 45% são indiferentes entre novos ou usados, e apenas 9% buscam exclusivamente imóveis novos.
O aumento dos preços também foi destacado pelo Índice Fipezap, que registrou uma alta de 0,76% no preço médio dos imóveis residenciais em julho, a maior elevação em mais de uma década. No acumulado dos últimos 12 meses até julho, o índice apresentou uma expansão de 6,53%. Este cenário reforça a percepção de que o mercado imobiliário está aquecido, mas pode estar ultrapassando os limites aceitáveis para grande parte dos potenciais compradores, refletindo um desafio para o setor nos próximos meses.
Crédito da Imagem: Arquivo/Agência Brasil