Movimento na CCJ visa adiar a aprovação do projeto que concede anistia aos envolvidos na depredação dos Três Poderes
A base do governo na Câmara dos Deputados conseguiu adiar a discussão do projeto de lei que propõe anistia aos extremistas envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, que tem como relator o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), estava prevista para ser debatida nesta quarta-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas foi adiada após manobras dos governistas, que introduziram requerimentos de inclusão de outras pautas, como Propostas de Emenda à Constituição (PECs), que tomaram a sessão.
A oposição, principalmente representada pelos partidos Progressistas (PP) e PL, buscou modificar a composição da CCJ para aprovar o projeto, substituindo titulares por suplentes favoráveis à proposta de anistia. No entanto, o governo federal se manteve firme na estratégia de evitar que o projeto fosse votado. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que a pauta não é prioridade e que o governo está focado em projetos ligados ao crescimento econômico, como o marco regulatório do Hidrogênio Verde e do Combustível do Futuro.
O projeto de lei em questão visa conceder anistia a todos os envolvidos nos atos que ocorreram entre o segundo turno das eleições de 2022, em 30 de outubro, e a entrada em vigor da proposta. Isso inclui aqueles que participaram das manifestações, apoiaram financeiramente ou logisticamente, ou se manifestaram em mídias sociais. A sessão da CCJ foi marcada por embates entre governistas e oposicionistas, em um clima acirrado e passional devido à proximidade das eleições municipais.
A proposta segue sendo um ponto de discórdia entre governo e oposição, e o debate sobre a anistia deve ser retomado após as eleições. A expectativa é que o clima político esteja menos polarizado, facilitando uma discussão mais ampla sobre o tema.
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