Mudança de bandeira tarifária e aumento nos preços de carnes e frutas impulsionam IPCA, que acumula 4,42% nos últimos 12 meses
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44% em setembro, após queda em agosto, conforme divulgado nesta quarta-feira (9) pelo IBGE. O principal fator para essa aceleração foi o aumento nas tarifas de energia elétrica, que subiram 5,36% devido à mudança da bandeira tarifária de verde para vermelha patamar 1, impactando diretamente o grupo habitação (1,8%). Com isso, a inflação acumulada no ano atingiu 3,31%, enquanto nos últimos 12 meses chegou a 4,42%.
Além da energia, o grupo alimentação e bebidas também teve um papel relevante na alta do índice, com aumento de 0,56% nos preços de alimentos consumidos no domicílio. O preço das carnes bovinas subiu devido à entressafra intensificada pela estiagem, e frutas como laranja, limão e mamão também contribuíram para essa elevação. Segundo o gerente da pesquisa, André Almeida, a queda na oferta de carne se deve à seca e ao alto número de abates registrados no primeiro semestre de 2024.
Em relação à alimentação fora do domicílio, a variação de 0,34% foi estável em relação ao mês anterior, mostrando que os reajustes neste setor seguem moderados. Por outro lado, o item despesas pessoais apresentou a maior queda do período (-0,31%), refletindo um impacto negativo de 0,03 ponto percentual no índice geral. O subitem cinema, teatro e concertos registrou uma significativa queda de 8,75%, influenciada pela Semana do Cinema, com promoções que reduziram o preço dos ingressos.
Essa combinação de alta nos preços de energia e alimentos, compensada parcialmente pela redução em despesas pessoais, mostra que a inflação de setembro foi puxada por fatores climáticos e de oferta, enquanto a deflação em itens de lazer aliviou o impacto no bolso dos consumidores em outros segmentos.
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