Pesquisa revela que 83% dos jovens entre 9 e 17 anos possuem perfis nas redes sociais, apesar de riscos à segurança e saúde mental
Um levantamento divulgado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, revelou que 83% das crianças e adolescentes brasileiros, entre 9 e 17 anos, têm perfis em redes sociais. O estudo também destacou que 97% dos jovens nessa faixa etária possuem acesso à internet. Entre os mais velhos, de 15 a 17 anos, o uso das redes sociais é quase universal, com 99% deles conectados. Entre os mais novos, de 9 a 10 anos, 60% já possuem perfis nas plataformas, apesar de regras que proíbem menores de 13 anos de criar contas.
O uso das redes sociais tem gerado preocupações sobre a segurança das crianças e adolescentes, principalmente no que diz respeito à exposição a conteúdos inadequados e a possíveis interações perigosas. A pesquisa apontou que 29% dos jovens entrevistados já enfrentaram situações ofensivas enquanto usavam essas plataformas, como contato com estranhos ou exposição a conteúdos sensíveis, como violência e distúrbios alimentares. Apesar disso, apenas 8% dos adultos responsáveis acreditam que os jovens tenham enfrentado essas situações desconfortáveis, o que levanta um alerta sobre a necessidade de maior vigilância e diálogo entre pais e filhos.
Outro dado preocupante revelado pela pesquisa é que 30% dos jovens entre 9 e 17 anos admitiram já ter conhecido pessoalmente alguém que conheceram exclusivamente pela internet. Esse tipo de comportamento aumenta o risco de os jovens entrarem em situações de perigo, como o contato com criminosos e outros indivíduos mal-intencionados. A coordenadora da pesquisa, Luisa Adib, destacou que, além dos riscos de contato com pessoas desconhecidas, a frequência de exposição a conteúdos prejudiciais tem crescido nos últimos anos.
Apesar dos desafios, Adib argumenta que a internet também oferece oportunidades de aprendizado para crianças e adolescentes, desde que seu uso seja mediado por pais, escolas e governos. A pesquisa entrevistou 2.424 crianças e adolescentes, além de seus pais ou responsáveis, entre março e agosto de 2024, e reforça a importância de políticas públicas que promovam a segurança digital de forma coletiva, envolvendo diferentes atores sociais.
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