STF promove audiência pública sobre vínculo trabalhista de motoristas de aplicativos

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Discussão sobre a “uberização” das relações de trabalho será decisiva para o setor e envolve segurança jurídica e direitos dos trabalhadores, com julgamento final previsto para 2025

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 9 de dezembro uma audiência pública sobre o vínculo de emprego entre motoristas de aplicativos e plataformas digitais. Convocada pelo ministro Edson Fachin, a audiência buscará esclarecer os diferentes pontos de vista para fundamentar o voto do ministro sobre o tema, cujo impacto é estimado em cerca de 10 mil processos trabalhistas em todo o Brasil. Devido ao recesso de fim de ano, o julgamento definitivo da Corte só deve ocorrer em 2025, mas a decisão terá repercussão geral, influenciando o entendimento de todas as instâncias judiciais sobre o assunto.

O processo central a ser avaliado foi iniciado pelo Uber, que considera inconstitucionais as decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que reconheceram a relação de emprego entre a plataforma e um de seus motoristas. A empresa argumenta que a ausência de uma legislação clara cria insegurança jurídica tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, que enfrentam interpretações divergentes nos tribunais trabalhistas. Na decisão de convocação da audiência, o ministro Fachin destacou a importância de uma norma compreensível e aplicável, afirmando que o cenário atual gera incertezas e compromete a confiança na legislação.

Apesar de diversas sentenças da Justiça do Trabalho favoráveis ao reconhecimento do vínculo empregatício entre motoristas e plataformas, o próprio STF possui entendimentos contrários em decisões de caráter específico. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a Primeira Turma do STF decidiu que não há vínculo empregatício entre motoristas e aplicativos, corroborando decisões anteriores do plenário em outros casos concretos. Esse cenário revela uma divergência jurídica que a audiência pretende esclarecer, com foco na segurança jurídica e no papel das plataformas digitais na regulamentação das relações de trabalho.

A decisão final sobre o vínculo de emprego entre motoristas de aplicativos e as plataformas representa um marco para a chamada “uberização” das relações de trabalho, modelo que impulsiona a economia digital e afeta milhares de profissionais. A expectativa é que a Corte forneça diretrizes que estabeleçam parâmetros claros para o setor, levando em conta os direitos dos trabalhadores e a flexibilidade que as plataformas demandam. Ao julgar a questão em 2025, o STF pode definir os rumos da regulamentação do trabalho digital no Brasil, impactando diretamente a economia e as dinâmicas de mercado.

Crédito da imagem: Reprodução

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