Ex-presidente busca articulação internacional para viabilizar retorno ao poder
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou confiança em um eventual retorno à política brasileira, mesmo com a atual inelegibilidade até 2030. Em entrevista ao The Wall Street Journal, Bolsonaro destacou a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos como uma oportunidade estratégica para impulsionar a direita na América Latina e reverter sanções políticas e judiciais contra ele. “Trump está de volta, e é um sinal de que nós também voltaremos”, afirmou.
Acompanhado de aliados em Brasília, Bolsonaro revelou que ele e seu filho Eduardo Bolsonaro têm mantido contato com o governo de transição nos EUA desde a eleição de Trump, no início de novembro. Ele relatou torcer pelo republicano e fez referência ao lema da campanha do aliado americano, adaptando-o para “Make All Americas Great Again” (Tornar Todas as Américas Grandes Novamente). Bolsonaro mencionou ainda um suposto plano de registrar sua candidatura para 2026, apostando na demora judicial para validar sua inelegibilidade.
Bolsonaro sugeriu que Trump poderia pressionar o Brasil por meio de sanções econômicas, a exemplo das medidas adotadas pelos EUA contra a Venezuela. Segundo ele, Trump compartilhou preocupações sobre a democracia venezuelana e estaria disposto a discutir estratégias para conter a expansão da esquerda na região. Para Bolsonaro, a influência de Trump seria decisiva para impulsionar sua candidatura e reverter decisões desfavoráveis do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Questionados sobre as declarações do ex-presidente, o governo Lula, o STF e a equipe de transição de Trump preferiram não se pronunciar. Enquanto isso, a oposição observa com cautela os movimentos de Bolsonaro, que continua polarizando o cenário político brasileiro e apostando em conexões internacionais para permanecer relevante no debate público.
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