Palestra da AMRIGS reforça importância da imunização e do envelhecimento saudável
A importância da vacinação ao longo da vida, especialmente na terceira idade, foi o foco do Ciclo de Palestras promovido pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) neste sábado, dia 25 de outubro, no auditório da instituição, com transmissão online. O encontro, realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI), reuniu médicos e profissionais da saúde para debater o tema ”Atualização do Calendário de Imunização do Idoso” e atualizar o público sobre o calendário vacinal dessa faixa etária.
O evento contou com as participações do diretor da SBIm e membro da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Dr. Juarez Cunha e do infectologista Dr. Paulo Gewehr, especialista em Controle de Infecção pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A mediação ficou a cargo do diretor Científico e Cultural da AMRIGS, Dr. Guilherme Napp, que destacou o papel das diferentes especialidades médicas na conscientização sobre o assunto.
“Quando falamos em vacinação, costumamos pensar na infância, mas a questão é muito mais ampla. O calendário vacinal do idoso é complexo e exige atenção dos profissionais de todas as áreas, já que esse público está presente em diversos consultórios e, muitas vezes, tem dúvidas que precisam ser esclarecidas com segurança”, afirmou Dr. Guilherme Napp.
A palestra do médico Juarez Cunha, ressaltou que a atenção com a imunização deve acompanhar todas as fases da vida. Enquanto o calendário público de vacinas tem foco na proteção coletiva, as sociedades médicas também orientam sobre imunizações voltadas à saúde individual, muitas vezes não disponíveis na rede pública. Essa abordagem é essencial diante do envelhecimento populacional, que exige políticas de saúde mais abrangentes e acessíveis. O especialista reforçou a urgência de atualização na terceira idade.
“Estamos diante de um envelhecimento acelerado da população e ainda não estamos totalmente preparados para isso. É fundamental atualizar o calendário vacinal e falar com os colegas sobre as comorbidades e a imunossenescência (envelhecimento do sistema imunológico), que afetam diretamente a saúde dos idosos. Mais do que isso, precisamos pensar em tudo o que contribui para uma vida saudável, como boa alimentação e prática de atividade física”, destacou.
Já Dr. Paulo Gewehr lembrou o impacto histórico e atual das vacinas na saúde pública. O especialista alertou para a importância de imunizantes contra influenza, COVID-19, tétano e difteria, além de outras recomendadas em situações específicas. Dados recentes indicam que vírus como influenza e o respiratório sincicial voltaram a circular com intensidade em 2025, reforçando a necessidade de manter o calendário vacinal em dia.
“As vacinas tiveram papel decisivo na redução da mortalidade infantil e seguem essenciais para proteção. Com o envelhecimento do sistema imunológico, a imunização torna-se ainda mais necessária para prevenir infecções graves e manter a qualidade de vida”, afirmou.
O encerramento do encontro evidenciou que a vacinação deve ser encarada como uma ação contínua de cuidado com a saúde, especialmente na terceira idade. A orientação é que os idosos busquem se imunizar antes do aumento dos casos de doenças respiratórias, garantindo maior proteção ao longo do ano. Mesmo fora do período de inverno, os vírus seguem em circulação. A prevenção por meio das vacinas continua sendo uma das formas mais eficazes de preservar a qualidade de vida e reduzir complicações.
Redação: Rafael Sodré e Marcelo Matusiak
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