Brasil já possui cerca de 160 startups no setor energético
O mercado de startups tem aberto opções para revoluções em diversos setores como no setor de energia. Isso acontece pela necessidade de transformar o consumo energético por conta da economia e, principalmente, por conta das urgências climáticas e ambientais. Surgem, então, as energytechs.
O mercado de energytechs é uma excelente opção para investidores que pretendem investir em startups. Aqui, vamos mostrar como esse tipo de startup funciona e como as energytechs têm revolucionado o mercado energético.
O que são energytechs?
O termo “energytech” surge para identificar empresas que oferecem soluções para o setor de energia com base em novas tecnologias. A intenção dos negócios desse gênero é promover a sustentabilidade no setor com soluções que simplifiquem e financiem operações, tornando o consumo de energia mais consciente e barato.
Panorama das energytechs no Brasil e no mundo
De acordo com o levantamento Distrito Mining Report Energytech 2021, o Brasil conta com cerca de 160 energytechs. Esse grupo de startups recebeu cerca de US$ 85 milhões desde 2015. O valor foi captado em 54 rodadas de investimentos.
Em 2021, houve um “boom” de investimentos nesse setor. Foram 11 transações que geraram mais de US$ 66,4 milhões para as energytechs, cerca de 78% dos investimentos recebidos pelo setor desde 2015. O setor tem recebido bastante atenção dos fundos de Venture Capital.
O panorama mundial das energytechs também é animador. De acordo com mapeamento do setor, apenas em 2020 as energytechs receberam mais de US$ 34 bilhões em 2020 e US$ 21,4 bilhões em 2021.
O estudo da Distrito indica que a principal categoria de energytechs no Brasil é o de energia renovável, com 36,3% das startups do setor. Essas empresas investem em soluções para produção e distribuição de fontes de energias renováveis.
Segundo o levantamento, a maior parte das energytechs trabalha no mercado B2B, atendendo outras empresas que querem se modernizar. Além disso, a maioria das startups do setor estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste.
Outro dado interessante apontado pelo estudo, indica que quase 60% das energytechs brasileiras nasceram nos últimos cinco anos.
Exemplos da atuação de energytechs no Brasil e no mundo
Uma das startups brasileiras do setor que mais captaram recursos é a Solfácil, que acumulou mais de US$ 36,6 milhões, e atua como uma “fintech” do setor de energia, financiando projetos da energia solar.
Outra empresa que ganhou bastante destaque em 2021 é a Órigo Energia, que recebeu um aporte de cerca de US$ 19,3 milhões, e atua oferecendo soluções de energia solar.
Fora do Brasil, temos projetos como a ROMEO, consórcio apoiado pela União Europeia, que busca otimizar o ciclo de vida de turbinas e parques eólicos. Essa empresa integra sensores de Internet das Coisas que consegue identificar comportamentos anormais desses equipamentos.
Previsões para o mercado de energia
Com a crescente preocupação com as mudanças climáticas e ambientais, a sustentabilidade se tornou um dos principais temas a serem debatidos por autoridades de todo o mundo.
Um dos centros de discussão é o consumo de energia e recursos do planeta. E essa mudança não foi apenas discutida por autoridades, mas ganhou repercussão e apoio de pessoas de todo o mundo.
Um estudo da Opinion Box mostra que 68% dos consumidores preferem pagar mais caro por produtos e serviços que sejam sustentáveis. Ainda segundo a pesquisa, 37% dos entrevistados afirmam já ter deixado de consumir produtos e serviços por não serem sustentáveis.
Como um setor controlado por monopólios de comercialização e distribuição de energia, as energytechs se apresentam como empresas que oferecem soluções práticas voltadas para tecnologias e energias renováveis, o que é essencial para as ambições do planeta.
Por isso, as energytechs atuam oferecendo soluções não só para consumidor final, mas principalmente para outras empresas. A tendência no mercado de energia é que as energytechs possam ampliar a concorrência do setor com soluções sustentáveis e de efeito positivo para a sociedade.
Fonte: Redação