Voepass operava avião com autorização temporária da Anac para não gravar parâmetros cruciais em caixas-pretas

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Acidente em Vinhedo que matou 62 pessoas levanta questões sobre isenções temporárias para gravadores de dados de voo

O trágico acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 62 pessoas, revelou que a aeronave operada pela Voepass estava voando sob uma autorização temporária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que permitia a omissão de oito parâmetros de informações cruciais nas caixas-pretas. Essas isenções, concedidas em março de 2023, permitiram que a aeronave ATR 72-500 operasse sem registrar dados essenciais exigidos pelas autoridades brasileiras, o que é fundamental para a investigação de incidentes como este.

A Anac defendeu a concessão da isenção, afirmando que a ausência dos parâmetros não comprometeria a segurança de voo nem prejudicaria a investigação do acidente. Segundo a agência, a autorização era temporária e específica para o avião envolvido no acidente, e o prazo para adequação da aeronave às exigências locais ainda estava em vigência. A Voepass, por sua vez, afirmou que o avião estava “aeronavegável” e cumpria todas as regulamentações exigidas.

No entanto, a ausência de dados críticos, como a pressão do freio e a posição dos comandos na cabine, levantou preocupações sobre a efetividade das investigações e a transparência do processo de concessão dessas isenções. Especialistas apontam que esses dados poderiam ser vitais para entender as causas do acidente, especialmente em um cenário onde a hipótese de gelo nos sistemas da aeronave é considerada.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já extraiu as informações disponíveis das caixas-pretas, mas a falta dos parâmetros isentados pode dificultar uma análise completa. Enquanto a Anac sustenta que a isenção foi concedida dentro das normas vigentes, o acidente coloca em debate a prática de flexibilização regulatória em situações que envolvem a segurança dos passageiros e a necessidade de manter elevados padrões de vigilância e controle na aviação.

Crédito: Agência Brasil

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